Muitas pessoas de forma errônea confundem ouvir com escutar e pensam que os dois são a mesma coisa, um ledo engano. Ouvir é a capacidade de receber o som, algo natural para aqueles que possuem a audição perfeita. Podemos ouvir sons mais próximos e distantes a nossa volta, sons em primeiro e segundo plano. Em resumo, ouvir é aquilo que o ouvido capta. Já escutar é diferente. Escutar é prestar atenção, é compreender, é tentar sentir o que o seu interlocutor sente. É prestar atenção ao que é emitido.
No processo de comunicação existem vários níveis de escuta que podem ser representados de maneira didática na forma de uma pirâmide. A base da pirâmide pode ser ignorar a escuta, fingir estar acima disso. Subindo um pouco mais na pirâmide, temos a escuta seletiva, que é quando eu seleciono quem ou o que eu quero escutar e prestar atenção. Subindo mais na pirâmide, chegamos a escuta atenciosa, que é um verdadeiro padrão de escuta e o início de uma comunicação eficaz. Através da escuta atenciosa, podemos nos “desarmar” de respostas prontas e entender melhor “o mapa” do nosso interlocutor. Uma escuta atenciosa promove harmonia, bem-estar e na maioria das vezes cria conexão. Isso não quer dizer que necessariamente eu precise concordar com aquilo que estou escutando, mas demonstro respeito, atenção e me preparo para um diálogo com a resposta adequada àquilo que verdadeiramente eu ouvi.
Acima do nível “escuta atenciosa”, temos a escuta empática, que vamos ser bem sinceros, não é sempre que acontece e quando acontece, todo mundo percebe na hora. Esse tipo de escuta acontece naquelas ocasiões em que as pessoas acabam de se conhecer, mas a comunicação flui de tal maneira que a sensação para ambas é a de que se conhecem desde sempre, aquela sensação de “amigos desde a infância”, sabe? E é um prazer para os dois lados a prosa leve e solta.
Os principais problemas na escuta derivam de interromper a fala ou querer adivinhar o que o interlocutor quer dizer. Muitas vezes, a pessoa não escuta porque se distrai facilmente com ruídos ou pior, desliga-se da fala se não estiver de acordo com a opinião ou a posição do interlocutor. Vale lembrar também da comunicação “não verbal” que é aquela que ocorre por meio da expressão corporal, do tom de voz, dos gestos, enfim, são as famosas mensagens não ditas.
Prestar atenção e ter uma escuta atenciosa traz grandes benefícios, não custa nada e colabora para que você observe outros pontos de vista, amplie sua capacidade de compreensão e construa melhores relações com as pessoas à sua volta. Afinal, não é para isso que estamos vivendo essa vida?