Vamos começar a semana com uma provocação à reflexão. Estamos valorizando nossos potenciais ou estamos entretidos em observar as virtudes dos outros esquecendo-nos das nossas próprias capacidades? 

Convido você a ler com atenção na fábula “O Pavão Queixando-se a Juno”, de La Fontaine e avaliar como está a sua percepção a respeito das pessoas a sua volta, seja no ambiente de trabalho ou no seu dia a dia. Observe também como está a sua autopercepção.

Essa é uma fábula muito interessante para trabalhar conflitos e o engajamento de equipes a partir da observação de que todos temos nossas aptidões e que no lugar de disputas, o somatório dessas aptidões pode levar ao alcance de objetivos comuns. 

Que você tenha uma ótima semana!

Boa leitura!

O Pavão Queixando-se a Juno*

O pavão levou suas queixas à deusa Juno. “Não me queixo sem motivo, ó deusa”, dizia. Ninguém gosta da voz que me deu, enquanto que o rouxinol, animalzinho mesquinho, canta de maneira tão linda que engrandece e honra a primavera. 

Juno, irritada respondeu-lhe: “Contenha sua língua ave ciumenta. Como pode ter inveja da voz do rouxinol, justo você que tem o pescoço ornado com o brilhante esplendor das cores e se exibe abrindo uma cauda tão magnífica que mais parece obra de um joalheiro? Existe ave mais bela do que você? Nenhum ser reúne todas as perfeições. As qualidades e defeitos estão distribuídos: alguns animais receberam força e corpulência; o falcão é ligeiro, a águia é corajosa; a gralha é agourenta e cada qual tem que se contentar com sua sorte. Não se queixe, senão, como castigo, tiro de você sua plumagem.”

*Extraído do livro, Fábulas de La Fontaine, volume II. Editora Escala.