Semear e cultivar o amor através das histórias

Tive a graça de escrever até agora 5 livros, todos publicados e disponíveis. Meu último trabalho chama-se Palavras Vívidas onde eu reúno cinquenta pequenas histórias recolhidas durante os meus 50 anos de vida.

Um capítulo muito especial deste livro, é o capítulo 22 que fala do projeto Semeando Histórias, o primeiro projeto social da Associação Eduardo Furkini. Convido agora vocês a lerem este capítulo abaixo que narra o propósito do projeto, e é claro, se você gostar da escrita e ficar curioso para conhecer o livro na íntegra, basta clicar abaixo e adquiri-lo no site da Amazon. A renda do livro é destinada a entidade.

Semeando Histórias

O amor é a única coisa que quanto mais você doa, mais você recebe.
Alexandre Camilo

Foi um domingo, dia 18/12/2011, que fizemos o primeiro trabalho da Associação Eduardo Furkini. A equipe de voluntários era composta pelo pediatra Dr.  Wasley Farias Dias, pela assistente social Maria Salete dos Santos, pelo então diretor da Associação Claudio Fernandes e pela minha mãe, presidente de honra da Associação, Dona Regina Assunção. Seguimos de barco e fomos contar histórias na Ilha Diana, em Santos, e lá plantamos a primeira semente do Grupo Semeando Histórias. Nesse dia, a história contada foi: “O gigante egoísta” um fantástico conto do escritor Oscar Wilde.

Tenho muitas lembranças desse dia, desde a preparação até a motivação para realizar um trabalho voluntário em um lugar tão diferente e simbólico como uma Ilha. Ao decidir que iriamos começar contando histórias dentro de uma igreja, lembre-me de pensar que “contar histórias é uma forma de evangelizar” e ver toda aquela comunidade atenta na capela, viajando pelo mundo das histórias, criou em todos nós uma sensação única de que poderíamos fazer algo ainda maior. 

Em um barco atravessamos o mar para chegar na Ilha Diana. Atravessamos também um período de grande tristeza e de dor pela saudade do Eduardo. Estávamos próximos do primeiro Natal sem a presença física dele na Terra, e aquela apresentação seria um presente para as crianças da Ilha, sempre carentes de cultura, e um presente para o Eduardo que do céu com certeza a assistiu. Não é por acaso que o lema da Associação Eduardo Furkini é uma frase muito simbólica “Viva com arte o dia de hoje!“

De lá para cá o grupo não parou de crescer, a cada ano são formadas novas turmas de voluntários sob a minha direção e a coordenação de Cláudio Fernandes, testemunha viva desse primeiro encontro. Tudo na vida tem um início e esse foi o início do Grupo Semeando Histórias que por ano atende diretamente cerca de 5 mil crianças em um trabalho exemplar de doação de amor através das histórias, um trabalho feito por voluntários que descobriram que a gente quando faz um trabalho de coração, de verdade, recebe muito mais do que doa. 

Desejo que você, que acompanha minha retrospectiva, sinta que pode superar o problema pelo qual está passando, independente do tamanho que ele possa ter. Que sua história seja semente para outras histórias. 

Pegue seu barco, sinta seu coração bater mais forte durante a travessia e siga em direção a “ilha” que sua intuição indicar.

*Extraído do livro Palavras Vívidas – Reflexões e Momentos de Meio Século de Vida, de Alexandre Camilo